O mercado de seguros e resseguros como é hoje não existirá no futuro. As novas tecnologias e a mudança de comportamento dos consumidores impõem desafios a um dos setores mais tradicionais da economia. De olho nessa transformação, o IRB Brasil RE apresentou dois projetos que está desenvolvendo durante a Expo ABGR — maior evento de gerenciamento de risco da América Latina e que reuniu mais de 3 mil pessoas ontem e hoje (13/11), em São Paulo. Um para acelerar o pagamento de indenizações e outro para tornar a precificação de seguros ainda mais precisa.
Batizadas de Falcon e Cat Hazard, as soluções apostam na tecnologia blockchain e no monitoramento de redes sociais, respectivamente. Ideias que nasceram a partir de um programa pioneiro que une estudantes de diversas carreiras e profissionais do setor e têm como cenário o laboratório de inovação de uma universidade carioca. Desde 2018, o Insurtech Innovation Program, parceria de open innovation com a Mongeral Aegon e PUC-Rio, estruturou mais de 40 soluções propostas por mais de 80 participantes.
“O Insurtech e seus projetos são exemplos da nossa capacidade de gerar inovação. Buscamos um diferencial desenvolvendo melhores serviços, afinal vendemos serviços ao cliente e não produtos. Muitas empresas focam a maior parte do tempo no desenvolvimento de portfólio, e a experiência do cliente acaba ficando esquecida. O IRB tem seu foco no suporte completo ao cliente e não só no produto, adotando assim como inovação a centralidade no cliente”, destaca o diretor de Inovação e Estratégia do IRB, Lucas Mello.
A proposta do Falcon é gerenciar seguros paramétricos por blockchain e, com isso, agilizar o pagamento de sinistros, facilitando o dia a dia da seguradora. O sistema utiliza os contratos inteligentes do blockchain para armazenar dados e pode ser adaptado a qualquer produto que pague indenização por meio de parâmetros, como seguros rurais. A plataforma, de forma automática, recebe os valores de parâmetro, valida as informações do contrato, detecta o sinistro e notifica a seguradora.
O outro projeto, chamado de Cat Hazard, pretende monitorar eventos catastróficos por meio de redes sociais. A varredura promovida pelo sistema identifica o volume de palavras ligadas a fenômenos como furacões e o local, garantindo maior precisão e permitindo utilizar esses dados na análise de risco. A plataforma possibilita tanto verificar o histórico de eventos em determinadas áreas, como emite alertas em tempo real sobre possíveis catástrofes, agilizando a confirmação de sinistros.