Precisamos falar sobre isso

Publicado em: 10/12/2024
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Por Théo Salim Najm, gerente de Óleo e Gás*

Um dos principais setores econômicos do país, a indústria do petróleo desempenha papel fundamental na matriz energética, no desenvolvimento e progresso brasileiro. É um esforço de décadas resultado do empenho de agentes públicos e privados que superam desafios tecnológicos, geológicos e regulatórios para viabilizar empreitadas. No ano passado, por exemplo, o Brasil registrou recorde na produção média de petróleo e gás totalizando mais de quatro milhões de barris de óleo por dia, segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Soma-se ainda os bilhões de reais investidos por ano e outros milhões de empregos diretos e indiretos gerados.

Dados como esses atestam a grandiosidade, o impacto social e a necessidade da indústria do petróleo que vivencia muitos avanços inclusive no âmbito ASG (Ambiental, Social e Governança). No entanto, uma das principais discussões deste mercado diz respeito aos impactos ambientais. Trata-se de um debate complexo e multifacetado e que, muitas vezes, está associado a ideia de que a poluição atrelada ao petróleo acontece, principalmente, na sua exploração e produção. A discussão é válida para ampliarmos conhecimento porque a realidade é diferente.

Defender a produção e exploração de petróleo sob o ponto de vista das emissões de carbono pode parecer controverso à primeira vista, dada a conexão direta entre a queima de combustíveis fósseis e o aumento das emissões de gases de efeito estufa. Porém, há argumentos a serem considerados. Como, por exemplo, a distribuição das matrizes energéticas na Europa, nos Estados Unidos e no Brasil:

Europa
A Europa tem uma matriz energética bastante diversificada devido a uma variedade de políticas e condições regionais. Abaixo está uma estimativa aproximada:

Estados Unidos
Os Estados Unidos têm uma matriz energética que historicamente dependeu fortemente de combustíveis fósseis, mas tem investido em um aumento gradual nas energias renováveis nos últimos anos. Compartilho uma estimativa aproximada:

Brasil
O Brasil é conhecido por sua dependência de fontes renováveis, especialmente devido ao uso extensivo de hidrelétricas e biocombustíveis. Segue uma estimativa aproximada:

Reparem que existe uma enorme disparidade na distribuição das matrizes dessas três importantes regiões. Ou seja, não existe uma única solução para todos e a discussão deve necessariamente considerar aspectos locais e históricos entre outros.

Agora um novo elemento para acirrar a discussão:

Isso quer dizer que o Brasil já tem uma das matrizes energéticas mais verdes do mundo e, ainda assim, possui também um dos menores índices de emissões de CO2 na exploração e produção de petróleo.

Alguns conceitos

1. Transição gradual: Enquanto avançamos em direção a fontes de energia renovável e alternativas de baixo carbono, a produção de petróleo continua a desempenhar um papel crucial na manutenção da estabilidade econômica e energética. Uma transição brusca poderia causar impactos sociais e econômicos significativos em muitas regiões, especialmente aquelas fortemente dependentes da indústria petrolífera;

2. Tecnologia de mitigação de emissões: A indústria petrolífera tem investido em tecnologias para reduzir as emissões de carbono associadas à produção e queima de combustíveis fósseis. Isso inclui tecnologias de captura e armazenamento de carbono (CAC), que podem reduzir drasticamente as emissões de CO2 provenientes de instalações de produção de petróleo;

3. Impacto econômico e social: A produção de petróleo é uma fonte significativa de emprego e receita para muitos países ao redor do mundo. Uma interrupção súbita dessa indústria poderia ter consequências devastadoras para as economias locais e globais. Portanto, é importante considerar estratégias de transição que minimizem os impactos negativos sobre as comunidades afetadas;

4. Fornecimento de energia confiável: O petróleo ainda é uma das fontes de energia mais confiáveis e amplamente disponíveis em muitas partes do mundo. Vale a reflexão de que as tecnologias de energia renovável, embora necessárias e com constantes avanços velozes, ainda enfrentam desafios relacionados à intermitência e ao armazenamento de energia. O petróleo, por sua vez, desempenha um papel crucial na garantia de um fornecimento de energia estável e confiável;

5. Investimentos em inovação: Ao continuar investindo em pesquisa e desenvolvimento, a indústria petrolífera pode encontrar maneiras de tornar a produção e o uso de petróleo mais eficientes e com menor impacto ambiental. Isso pode incluir o desenvolvimento de biocombustíveis de segunda geração, combustíveis sintéticos e outras tecnologias de baixo carbono.

A complexidade do debate em reduzir o impacto ambiental da indústria do petróleo exige uma abordagem holística que trate da extração ao consumo final, passando pelo refino. Políticas ambientais e regulamentações mais rigorosas, inovação tecnológica e transição para fontes de energia mais limpas são essenciais para mitigar os impactos.

Como exemplo, podemos citar os carros elétricos que são frequentemente promovidos como uma solução para reduzir a poluição e as emissões de gases de efeito estufa (GEE) em comparação com os veículos movidos a combustíveis fósseis. No entanto, a eficácia ambiental dos carros elétricos depende significativamente da matriz energética usada para gerar a eletricidade que os alimenta. Na Europa, continente que lidera o tema da energia verde, embora haja um aumento no uso de fontes de energia renovável, uma parte considerável da eletricidade ainda provém de combustíveis fósseis. Isso levanta a questão: o quanto os carros elétricos realmente poluem naquele continente?

Análise das emissões

Emissões de GEE durante a produção de eletricidade: Em muitos países europeus, o carvão e o gás natural, por exemplo, ainda são fontes importantes de eletricidade. A queima desses combustíveis fósseis libera CO₂ e outros poluentes. A geração de eletricidade a partir do carvão é particularmente poluente, enquanto o gás natural, embora menos poluente, ainda contribui substancialmente para as emissões de GEE;

Mix Energético Europeu: A União Europeia (UE) tem trabalhado para aumentar a participação das energias renováveis. Em 2020, cerca de 39% da eletricidade na UE veio de fontes renováveis, como eólica, solar e hidrelétrica. No entanto, aproximadamente, 36% ainda vinha de combustíveis fósseis (carvão, petróleo e gás natural).

Comparação com carros a combustão interna

Eficiência Energética – Carros elétricos são mais eficientes do ponto de vista energético do que os veículos a combustão interna. Mesmo quando alimentados por eletricidade gerada a partir de combustíveis fósseis, os carros elétricos normalmente produzem menos CO₂ por quilômetro percorrido, contudo, em relação às emissões totais, os estudos indicam que, considerando todo o ciclo de vida (produção, uso e descarte), os carros elétricos praticamente empatam em emissões de GEE em comparação com os veículos a combustão interna e especialmente pioram à medida que a matriz energética se torna mais fóssil.

Outros impactos ambientais

Produção de baterias: A fabricação de baterias para carros elétricos, particularmente as de íon-lítio, é um processo intensivo em energia e pode gerar emissões significativas de CO₂, além de outros impactos ambientais relacionados à mineração de lítio, cobalto e níquel.

Descarte e reciclagem: O descarte de baterias representa um desafio ambiental significativo. A reciclagem eficiente das baterias é crucial para minimizar o impacto ambiental, porém a infraestrutura para isso ainda está em desenvolvimento.

Tendências futuras

Transição Energética: A Europa está investindo fortemente em energias renováveis e na descarbonização da sua matriz energética. A contínua expansão da energia eólica, solar e outras fontes limpas reduzirá progressivamente a pegada de carbono dos carros elétricos.

Políticas e Incentivos: Regulamentações ambientais rigorosas e incentivos para a adoção de veículos elétricos e investimentos em infraestrutura de carregamento verde são estratégias fundamentais para maximizar os benefícios ambientais dos carros elétricos.

E a tal da transição energética?

A transição energética é essencial para mitigar as mudanças climáticas e promover um futuro sustentável. No entanto, é crucial abordar essa transição de maneira a não sobrecarregar as populações mais pobres, que frequentemente são as mais vulneráveis aos impactos econômicos e sociais. Uma discussão de alto nível, sem hipocrisia, deve considerar os seguintes aspectos:

Justiça energética

A justiça energética busca garantir que todos, independentemente de sua posição socioeconômica, tenham acesso a serviços energéticos acessíveis, confiáveis e sustentáveis. Princípios fundamentais incluem equidade distributiva, justiça procedimental e reconhecimento das necessidades das comunidades vulneráveis.

Implementação

Subsídios direcionados: Implementar subsídios para energia limpa direcionados a famílias de baixa renda a fim de garantir que a transição não aumente os custos de energia aos mais pobres;

Tarifas sociais: Estabelecer tarifas sociais de eletricidade para garantir que todos possam pagar por energia básica;

Criação de empregos e capacitação para a transição justa: A transição para energias renováveis deve ser acompanhada pela criação de empregos verdes que possam substituir os empregos perdidos nas indústrias de combustíveis fósseis. Isso inclui:

a) Programas de treinamento: Desenvolver programas de capacitação profissional para preparar a força de trabalho atual tendo em vista empregos em setores de energia renovável;
b) Iniciativas de empreendedorismo: Apoiar iniciativas de empreendedorismo e pequenas empresas no setor de energia limpa, especialmente em comunidades vulneráveis;
c) Acesso à energia: Expansão de infraestrutura uma vez que muitas comunidades pobres, especialmente em áreas rurais e em desenvolvimento, carecem de acesso básico à eletricidade.

A transição energética deve incluir:

1. Infraestrutura off-grid: Investir em soluções off-grid, como painéis solares e mini redes, para fornecer acesso à energia em áreas remotas;

2. Parcerias público-privadas: Estabelecer parcerias entre governos e setor privado para financiar e implementar projetos de energia sustentável em comunidades carentes;

3. Políticas inclusivas com participação comunitária: É essencial incluir as comunidades pobres no planejamento e na implementação das políticas de transição energética. Isso pode ser feito por meio de:

• Consultas públicas: Realizar consultas públicas e ouvir as necessidades e preocupações das comunidades afetadas.
• Decisão participativa: Garantir que representantes das comunidades vulneráveis tenham voz nos processos de tomada de decisão.

Discutir a transição energética e econômica global de maneira franca e sem hipocrisia requer uma abordagem que reconheça as complexidades, as desigualdades existentes e os desafios reais que diversas partes do mundo enfrentam. Seguem pontos principais para a discussão:

1. Reconhecimento das Desigualdades Globais
Disparidades de desenvolvimento: Os países desenvolvidos, historicamente, têm contribuído mais para as emissões de gases de efeito estufa e, em muitos casos, têm mais recursos para investir em tecnologias limpas. Em contraste, muitos países em desenvolvimento ainda dependem de combustíveis fósseis para o crescimento econômico e enfrentam limitações financeiras e tecnológicas.

2. Responsabilidade histórica
Dívida Climática: Os países desenvolvidos têm uma responsabilidade maior em liderar os esforços de transição energética, fornecendo suporte financeiro e tecnológico aos países em desenvolvimento.

3. Transparência nas metas e ações
Metas realistas e alcançáveis: Estabelecer metas de transição energética que sejam ambiciosas, mas também realistas e acompanhadas de planos concretos para sua implementação.

4. Monitoramento e relatórios
Implementar mecanismos de monitoramento e relatórios transparentes para acompanhar o progresso das metas estabelecidas, evitando promessas vazias.

5. Admissão de limitações tecnológicas e econômicas
Reconhecer as limitações tecnológicas e econômicas atuais, sem superestimar a capacidade de rápida transição para energias 100% renováveis.

6. Justiça social e inclusão impactos

6.1. Proteção social: Implementar políticas de proteção social para aqueles que serão mais afetados pela transição, como trabalhadores de indústrias de combustíveis fósseis.
6.2. Empregos verdes: Investir na criação de empregos no setor de energias renováveis e na capacitação da força de trabalho para novas oportunidades.
6.3. Inclusão das comunidades vulneráveis – participação ativa: Garantir que as comunidades mais vulneráveis e marginalizadas tenham voz ativa nos processos de decisão e planejamento da transição energética.

7. Financiamento justo e eficiente – mobilização de recursos

7.1. Financiamento climático: Os países desenvolvidos devem cumprir suas promessas de financiamento climático, fornecendo recursos para ajudar os países em desenvolvimento na transição energética.
7.2. Investimentos privados: Estimular investimentos privados em projetos de energia limpa por meio de incentivos fiscais e políticas de apoio.
7.3. Uso eficiente dos recursos – Transparência no uso dos fundos: Assegurar que os fundos destinados à transição energética sejam usados de forma transparente e eficiente, com mecanismos de prestação de contas.
7.4. Colaboração internacional – Parcerias e Cooperação: Fortalecer acordos multilaterais que promovam a colaboração internacional na pesquisa, desenvolvimento e implementação de tecnologias de energia limpa.
7.5. Transferência de tecnologia: Facilitar a transferência de tecnologia e conhecimento dos países desenvolvidos para os países em desenvolvimento.

8. Abordagem holística – integração de setores
A transição energética deve ser integrada com políticas de desenvolvimento econômico, saúde, educação e infraestrutura, considerando os impactos em todos os setores.

9. Desenvolvimento sustentável
Enfatizar que a transição energética é parte de um movimento mais amplo para o desenvolvimento sustentável, que deve incluir a redução da pobreza, a melhoria da qualidade de vida e a preservação ambiental.

Embora as tecnologias de energia limpa sejam essenciais para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e mitigar as mudanças climáticas, elas não são isentas de impactos ambientais.

A produção, operação e descarte de equipamentos de energia limpa podem causar uma série de problemas ambientais. A seguir, destaco os principais impactos ambientais associados a essas tecnologias:

Painéis Solares

Produção – uso de recursos naturais: A fabricação de painéis solares requer minerais como silício, prata e outros metais raros, cuja mineração pode causar degradação ambiental, perda de biodiversidade e contaminação de água e solo.

Emissões de gases de efeito estufa: A produção de painéis solares consome energia, que muitas vezes provém de fontes fósseis, resultando em emissões de CO₂.

Descarte – resíduos tóxicos: Os painéis solares contêm materiais tóxicos, como cádmio e chumbo, que podem representar riscos à saúde e ao meio ambiente se não forem descartados adequadamente.

Reciclagem: A reciclagem de painéis solares ainda é limitada e enfrenta desafios técnicos e econômicos.

Turbinas eólicas

Produção – impacto da mineração: A produção de turbinas eólicas exige a mineração de metais como aço, cobre e terras raras, que podem causar degradação ambiental e poluição.

Emissões de CO₂: A fabricação e o transporte das turbinas envolvem emissões de gases de efeito estufa.

Operação – Impacto sobre a vida selvagem: As turbinas eólicas podem causar mortalidade de aves e morcegos, devido à colisão com as pás em movimento.

Ruído e vibração: As turbinas podem gerar ruídos e vibrações que afetam a fauna local e podem ser incômodos para as comunidades próximas.

Descarte – Resíduos de Pás: As pás das turbinas, feitas de materiais compósitos, são difíceis de reciclar e muitas vezes acabam em aterros sanitários.

Baterias de armazenamento de energia

Produção – Mineração de Lítio, Cobalto e Níquel: A extração desses metais, essenciais para baterias de íon-lítio, pode causar degradação ambiental, contaminação da água e condições de trabalho precárias em regiões de mineração.

Emissões de GEE: A produção de baterias é intensiva em energia e contribui para as emissões de gases de efeito estufa.

Operação – risco de incêndio: Baterias de íon-lítio podem representar riscos de incêndio se não forem manuseadas e armazenadas corretamente.

Descarte – resíduos tóxicos: Baterias descartadas inadequadamente podem liberar metais pesados e outros contaminantes no meio ambiente.

Reciclagem: A infraestrutura de reciclagem de baterias ainda é limitada e enfrenta desafios em termos de eficiência e custos.

Hidrelétricas

Construção – desmatamento: A construção de barragens hidrelétricas pode levar ao desmatamento de vastas áreas de floresta.

Deslocamento de comunidades: Grandes projetos hidrelétricos frequentemente resultam no deslocamento de comunidades locais.

Operação – impacto sobre ecossistemas aquáticos: Barragens alteram o fluxo natural dos rios, afetando habitats aquáticos e a migração de peixes.

Emissões de metano: A decomposição de matéria orgânica submersa em reservatórios pode liberar metano, gás potente de efeito estufa.

Biomassa

• Produção – uso de terras: A produção de biomassa para energia pode competir com a agricultura de alimentos, levando ao desmatamento e à perda de biodiversidade.

• Emissões de poluentes: A queima de biomassa pode liberar partículas e outros poluentes atmosféricos.

• Descarte – resíduos: A queima de biomassa gera cinzas e outros resíduos que precisam ser gerenciados adequadamente.

Conclusão

Embora as tecnologias de energia limpa sejam cruciais para uma transição energética sustentável, é importante abordar e mitigar seus impactos ambientais. Isso requer investimentos em pesquisa e desenvolvimento para melhorar a eficiência e a reciclabilidade dos equipamentos, bem como a implementação de políticas e práticas que minimizem os danos ambientais associados. Uma abordagem holística e equilibrada é necessária para garantir que as soluções de energia limpa sejam verdadeiramente sustentáveis a longo prazo.

Enquanto reconhecemos a necessidade urgente de reduzir as emissões de carbono e fazer a transição para uma economia de baixo carbono, é relevante abordar essa questão de maneira equilibrada, considerando os impactos sociais, econômicos e tecnológicos envolvidos. A produção de petróleo pode desempenhar um papel transitório ao passo que avançamos em direção a um futuro mais sustentável.

Uma discussão de alto nível com relação à transição energética, sem hipocrisia, deve ser baseada na honestidade, transparência e equidade, além de considerar de forma abrangente e inclusiva os impactos nos mais pobres. É essencial reconhecer as desigualdades existentes, estabelecer metas realistas, incluir todas as vozes, especialmente as dos mais vulneráveis, mobilizar recursos de forma justa e eficiente, e promover uma colaboração internacional robusta. Isso inclui promover justiça energética, criar empregos e capacitação, expandir o acesso à energia, formular políticas inclusivas, mitigar impactos econômicos e investir em pesquisa e inovação.

A transição, portanto, deve ser justa, garantindo que ninguém seja deixado para trás e que os benefícios da energia limpa sejam compartilhados equitativamente. Só assim será possível avançar de maneira justa e eficaz rumo a um futuro sustentável.

Fontes: European Environment Agency; International Energy AgencyTransport & Environment; Petrobras; Reuters; ANP.

(*) As opiniões expressas neste artigo são de responsabilidade do autor e não expressam, direta ou indiretamente, as opiniões do IRB(Re).

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